sexta-feira, 3 de março de 2017

Fugitivos das Igrejas Evangélicas

Algo que tem me preocupado há algum tempo é a grande quantidade de jovens “fugitivos” das igrejas evangélicas e, principalmente, do evangelho hoje em dia.  As razões são as mais variadas possíveis: trabalho demais, pregações cansativas, louvor inadequado, pedidos de dinheiro, uma sociedade extremamente liberal... E a lista se alonga. Quem não tem um bom motivo para ter se afastado? No entanto, sob meu ponto de vista, um dos maiores fatores de “fuga” é o momento em que os jovens vão para o ensino médio e a faculdade. Nesse caso, eles acham que não precisam mais seguir os conselhos dos mais velhos e enveredam por seus próprios caminhos, nem sempre tão bom como eles sonhavam. Nós, os mais velhos, na maioria das vezes não temos argumentos suficientes para rebatermos suas alegações. Muito do que eles falam está realmente acontecendo. 
Nesses 500 anos de reforma é necessário fazer uma revisão do contexto da igreja hoje. Analisar em que medida ela está cumprindo seu papel ativo de evangelização, principalmente para os jovens.
“Recentemente, o Barna Group, organização americana especializada em pesquisas, constatou que apenas 20% dos estudantes que foram discipulados durante a adolescência permaneceram espiritualmente ativos quando chegaram aos 29 anos.” *
Embora a pesquisa seja americana, podemos observar que temos assistido aqui no Brasil uma igreja cada vez mais desinteressada no evangelho e na frequência à igreja.
“John Stonestreet, do Summit Ministeries, organização que lida especialmente com jovens universitários e suas crises faz um alerta: em vez de tentar fazer com que o cristianismo pareça atraente e divertido para os jovens, devemos nos preocupar em garantir que isso que estamos transmitindo seja de fato cristianismo.” *
Ele dá algumas dicas:
Devemos oferecer a eles uma educação completa sobre apologética e visão de mundo.
 “Os estudantes cristãos frequentemente têm a impressão de que somos salvos ‘de’, e não ‘para’.” Muitos conhecem a Bíblia, mas não pensam biblicamente. Eles precisam saber no que creem e também no que os outros creem.
Devemos mostrar não somente a que nos opomos, mas também o que defendemos.
Muitos estudantes são vítimas de escolhas imorais porque lhes falta uma visão maior de suas vidas. Muitos sabem mais sobre o que é proibido do que sobre o propósito para o qual Deus os chama.
Finalmente, devemos confrontá-los com as grandes batalhas culturais dos nossos dias, e não isolá-los.
O cristianismo não é uma religião ascética ou uma filosofia dualística. Seus seguidores são chamados a mergulhar no significado histórico e cultural da humanidade. A oração de Jesus é reveladora: “Não tire- os do mundo, mas proteja-os do mal” *
John Stonestreet é um homem otimista. Ele tem esperanças que a juventude dos EUA de hoje será melhor apesar das evidências contrárias. E nós, temos esperança para os nossos jovens, as medidas simples apontadas acima podem ser adotadas? Seriam válidas para os nossos jovens? O que nós faremos? Aqui está o desafio.
Sandra Nery

* Extraído de: Ultimato.com.br – artigo “Para não virar a cabeça”