sábado, 18 de agosto de 2007

(Igreja Batista em Diamantina- Brasil)



História da Igreja Batista

A Igreja Batista é uma denominação Protestante de origem Anglo-Americana. Está presente em quase todos os países do globo, tendo aproximadamente 44 milhões de membros.
Origem

A história academicamente aceita sobre a origem da Igreja Batista é a sua incepção como um grupo de dissidentes ingleses no século XVII. A igreja nasceu quando grupo de refugiados ingleses que foram para a Holanda em busca da liberdade religiosa em 1608, liderados por John Smyth, um clérigo e Thomas Helwys, um advogado, organizaram em Amsterdã, em 1609 uma igreja de doutrina batista.
John Smyth discordava da política e doutrina da Igreja Anglicana e examinando a Bíblia, creu na necessidade de batizar-se por imersão, o que fez e em seguida batizaram os demais fundadores da igreja, constituindo-se assim a primeira igreja organizada.
Depois da morte de John Smyth e da decisão de Thomas Helwys e seus seguidores de regressarem para a Inglaterra, a igreja organizada na Holanda desfez-se e parte dos seus membros uniram-se aos Mennonitas. Thomas Helwys organizou a Igreja Batista em Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612.
A perseguição aos batistas e a outros dissidentes ingleses, fez com que muitos emigrassem. O mais famoso foi John Bunyan, que escreveu sua obra-prima O Peregrino enquanto estava preso.
Nos Estados Unidos a Igreja Batista nasceu através de Roger Williams, que organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele fundou com o nome de Rhode Island, e John Clark que organizou a Igreja Batista de Newport, também em Rhode Island em 1648. Em terras americanas os batistas cresceram principalmente no Sul, onde hoje sua principal denominação, a Convenção Batista do Sul, conta com quase 15 milhões de membros.
Existem ainda outras teorias sobre a origem dos Batistas, mas que são rejeitadas pela historiografia oficial. São elas a teoria de sucessão apostólica e a teoria Anabaptista. Ambas são rejeitadas pelos historiadores batistas Henry C. Vedder e Robert G. Torbet.
A teoria de sucessão apostólica postula que os batistas atuais descendem de João Batista e que a igreja continuou através de uma sucessão de igrejas (ou grupos) que batizavam apenas adultos, como os montanistas, novacianos, donatistas, paulícianos, bogomilos, albigenses e cátaros, valdenses e anabatistas. Os Batistas Landmarkistas utilizam este ponto de vista para se auto-proclamar única igreja verdadeira.
Essa teoria apresenta alguns problemas, como o fato que grupos como bogomilos e cátaros seguiam doutrinas gnósticas e o gnosticismo é contrário às doutrinas batistas de hoje. Também, alguns desses grupos que sobrevivem até o presente, igrejas como a dos valdenses (que desde a Reforma é uma denominação Calvinista) ou dos paulicianos, não se identificam com os batistas.
A teoria anabatista é aquela que afirma que os batistas descendem dos anabatistas, que pregaram sua mensagem no período da Reforma Protestante. O evento mais citado para apoiar essa teoria foi o contato que John Smyth e Thomas Helwys com os menonitas na Holanda. Todavia, além de em 1624 as cinco igrejas batistas existentes em Londres terem publicado um anátema contra as doutrinas anabatistas, também os Anabatistas modernos rejeitam ser denominados Batistas e há pouca relação entre os dois grupos.


Ambos grupos possuem algumas similiaridades:

Crença no Batismo adulto e voluntário;
Visão do Batismo e da Santa Ceia como símbolos;
Separação da Igreja e Estado.

Existem algumas diferenças entre os Batistas e os Anabatistas modernos (por exemplo, os Mennonitas):

Os Anabatistas normalmente praticam o Batismo adulto por infusão e não por imersão como os Batistas;
Os Anabatistas são pacifistas extremos e recusam a jurar;
Os Anabatistas crêem em uma doutrina semi-nestoriana sobre a Natureza de Cristo, que não recebeu nenhuma parte humana de Maria;
Os Anabatistas enfatizam a vida comunal enquanto os Batistas a Liberdade Individual;
Os Anabatistas recusam a participar do Estado, enquanto os Batistas podem ser funcionários públicos, prestar serviço militar, possuir cargos políticos;
Os Anabatistas creêm em um estado de sono da alma entre a morte e a ressurreição;
Os Anabatistas creêm no Livre-Arbítrio, enquanto os Batistas tendem ao Calvinismo ou ao Arminianismo, em matéria de Salvação;
Expansão Mundial

Em 1791, um jovem pastor inglês chamado William Carey criou a Sociedade de Missões no Estrangeiro, para dar suporte no envio de missionários, sendo a Índia o primeiro campo missionário.
A Igreja Congregacional Americana enviou Adoniram e Ana Judson em 1812, para evangelizar a Índia, com destino a Calcutá. O casal encontrou-se com o missionário Batista William Carey e seu grupo de pastores, e aceitou a doutrina de imersão dos Batistas e foram batizados pelo Pastor William Ward. Outro missionário Congregacional, também enviado a Índia, Luther Rice tornou-se Batista. Os Judsons permaneceram na Birmânia, atual Myanmar, e Luther Rice voltou aos Estados Unidos para mobilizar os Batistas para a obra missionária. Consequentemente em maio de 1814, foi funda uma Convenção em Filadélfia com o nome de "Convenção Geral da Denominação Batista nos Estados Unidos para Missões no Estrangeiro". Desde então missionários batistas foram enviados à América Latina, África, Ásia e Europa.

Batistas no Brasil
Em 1860 Thomas Jefferson Bowen, missionário enviado ao Brasil pela Junta de Richmond, associação de igrejas batistas do Sul dos Estados Unidos, aportou na cidade do Rio de Janeiro. Bowen havia sido missionário na África e pregava para os escravos, já que conhecia a língua iorubá. Porém foi impedido pelas autoridades de propagar a doutrina Batista no Brasil e Bowen acabou ficando no Brasil por apenas nove meses.
A Guerra Civil Americana (1859-1865), entre os estados do Norte e do Sul dos EUA, fez que milhares de imigrantes sulistas americanos viessem para o Brasil, estabelecendo-se principalmente em Santa Bárbara D'Oeste, Piracicaba e Americana, no interior paulista.
Em 1882 foi organizada a Primeira Igreja Batista de Salvador, com objetivo de evangelizar os brasileiros, pelos casais de missionários batistas norte-americanos, Willian Buck Bagby e Anne Luther Bagby; Zacharias Clay Taylor, Kate Stevens Crawford Taylor, e auxiliados pelo ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque, batizado em Santa Bárbara D'Oeste.
Em 1907 foi realizada em Salvador a primeira Convenção Batista Brasileira cujo presidente foi Francisco Fulgêncio Soren. Já nesta convenção foi tratado o assunto do trabalho missionário, discutindo-se o envio de missionário para Portugal, Chile e África. A Unidade foi rompida na década de 50, com surgimento de grupos batistas de aspectos pentecostais e de grupos conservadores.
Hoje, a Convenção Batista Brasileira possui 800.000 fiéis, servidos por 5.890 Pastores, atuando em 5.554 Templos. E já existem várias outras convenções batistas no Brasil e o número das igrejas autônomas e independentes já é maior que as filiadas à CBB. Determinadas convenções agregam os pentecostais e outras os neopentecostais.
Na área da Educação Teológico-ministerial, três são os seminários oficiais Batistas: o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (Recife, PE), o primeiro a ser organizado; o Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, (Rio de Janeiro, RJ), e o Seminário Teológico Batista Equatorial (Belém, PA). Todos oferecem cursos de graduação (Bacharelado) e pós-graduação (Mestrado). Os dois primeiros oferecem Doutorado em Teologia.
A Convenção Batista Nacional nasceu em 1958 quando alguns batistas receberam o batismo pentecostal em Belo Horizonte. Em 1967, o Pr. Enéas Tognini organizou a CBN (Convenção Batista Nacional), reunindo 60 igrejas. Grande parte destas igrejas denominam-se "Batistas Renovados". Hoje, a CBN, segundo o IBGE, conta com 1479 Igrejas organizadas, 1208 congregações ou missões, e 290.827 membros espalhados pelo Brasil (Dados de 2003).
As Igrejas Batistas Independentes no Brasil têm a sua origem no trabalho da Missão de Örebro, um movimento Pentecostal-Batista na Suécia e Noruega. O missionário Erik Jansson veio em 1912 para atender colonos suecos residentes no município de Guarani, Rio Grande do Sul, mais tarde espalharam-se por outros estados.
A partir da década de 1930 surgiram grupos de cunho mais conservador, como a Igreja Batista Conservadora, a Igreja Batista Bíblica e a Igreja Batista Regular.
No final da década de 1990 surgiram grupos batistas que praticam reuniões domésticas, chamados de "igreja em células", conhecida como G12 ou M12, com características neopentecostais. Os exemplos mais famosos são o Ministério Internacional da Restauração (MIR), liderado por Renê Terra Nova, com sede em Manaus, clamando ter mais de 80.000 membros e a Igreja Batista da Lagoinha, de Belo Horizonte, clamando ter mais de 40.000 membros, difundida principalmente através de sua banda Diante do Trono.
Existe ainda a Igreja Batista do Sétimo Dia, cuja diferença em relação aos outros batistas está na guarda do sábado.
O SBTe, mantém convênio com a Convenção das: Igrejas Batistas Pentecostal do Brasil e Exterior - CBPB e Igrejas Batistas Tradicionais do Brasil e do Exterior - CIBBE, e, está credenciado a ministrar Curso para Formação de Pastor e os demais relacionados, visto que é um seminário interdenominacional onde não se discute usos e costumes, apenas divulga e ensina a sã doutrina e como crescer a igreja.
Os batistas pentecostais têm crescido muito, principalmente em países do terceiro mundo, visto que procura apresentar uma dinâmica avançada de terapia psicológica, além de soluções de curas e libertação espiritual.

Batistas em Portugal
Em Portugal os Batistas estão presentes desde o século XIX, quando missionários e expatriados britânicos fundaram a igreja no país.
Estão agrupados na Associação das Igrejas Batistas Portuguesas (19 igrejas); Convenção Baptista Portuguesa]] (90 igrejas); Igrejas Batistas do Carreiro (12 igrejas); Igrejas Batistas Independentes (grupo pentecostal-batista escandinavo, 3 igrejas) e outras congregações independentes.
Batistas em outros países de fala Portuguesa(Dados de 2004)
Igreja Evangélica Baptista de Angola - 300 congregações com 90,000 membros.
Convenção Baptista de Angola - 315 congregações com 31,000 membros.
Igreja Baptista Livre em Angola - 45 congregações com 17,123 membros.
Associação Baptista de Macau - 6 congregações com 750 membros. Convenção Baptista de Moçambique - 78 congregações com 25,000 membros.

Doutrina
Doutrinariamente, os Batistas possuem algumas particularidades:
Crença no Batismo Adulto por imersão - assim como os Anabatistas eles crêem que o batismo seja uma ordenança para as pessoas adultas (ordenança, para os batistas, é diferente de sacramento: deve ser obedecida, mas é apenas ato simbólico e não obrigatório para salvação), que deve ser respeitada a menos que o indivíduo não tenha oportunidade de ser batizado. A diferença em relação aos Anabatistas, é que os Batistas praticam o batismo por imersão.
Separação entre Igreja e Estado - antes mesmo do Iluminismo, já havia a consciência da separação entre Igreja e Estado entre os batistas.
Liberdade de Consciência do Indivíduo - o crente deve escolher por sua própria consciência a servir a Deus, e não por pressão estatal ou de Igreja Estabelecida.
Autonomia das Igrejas locais - como os Batistas originaram do Congregacionalismo, enfatizam a autonomia total das comunidades locais, que podem agrupar-se em convenções. A exceção são os Batistas Reformados, que originaram do Presbiterianismo e dos Batistas Episcopais, que surgiram de missões anglicanas no Zaire.

Batistas Famosos

Pastores:Billy Graham, Martin Luther King, C. H. Spurgeon, John Bunyan
Celebridades: Johnny Cash, John Grisham, Jéssica Simpson
Presidentes:Warren G. Harding, Harry S. Truman, Jimmy Carter, Bill Clinton
Outros: John Davison Rockefeller, Magnata de petróleo Norte-Americano, Filantropo.
(Fonte: Convenção Batista Internacional)

A vida e tudo que nela acontece é um milagre de Deus



Reencontro
(Crônica)


Miami, Los Angeles e Nova York são as três cidades dos Estados Unidos para onde aflui o maior número de judeus, tanto como turistas quanto como imigrantes. Pittsburgh, na Pensilvânia, por outro lado, nunca deu provas de ser um destino importante para os israelenses e o hebraico certamente não é a língua franca de judeus lá enraizados. Por isso, Eric Blaustein afiou seus ouvidos, em setembro de 2000, véspera de Rosh Hashaná, quando ouviu o hebraico, perto de sua sinagoga, em Monte Líbano, um subúrbio de Pittsburgh.
Edição 46- setembro de 2004
Em Nova York, seria comum ouvir alguém falar hebraico, mas não em Pittsburgh. Nostálgico, ao ouvir o idioma que antes dominava tão bem, Eric, com prazer e incapaz de controlar a curiosidade, aproximou-se do grupo que falava hebraico. Quem eram eles, queria saber, e o que faziam em Pittsburgh?
"Minha empresa acabou de me transferir", um jovem do grupo explicou. "E, naturalmente, minha família veio comigo", disse, apresentando a esposa e os filhos. Em seguida, apontou para um casal mais velho, a seu lado. "Estes são meus pais. Não moram aqui, mas vieram visitar-nos para as Grandes Festas".
Eric sentiu-se imediatamente atraído pelo pai, um homem da mesma idade que ele, e logo iniciou uma conversa, entrecortada por seu hebraico hesitante. O homem estava visivelmente impressionado, apesar da pouca fluência de Eric.
"Onde você aprendeu a falar hebraico", o israelense perguntou, agradavelmente surpreso.
"Sou sobrevivente dos campos de concentração", respondeu Blaustein, de origem alemã. "Fui para Israel na guerra e, em 1948, lutei como soldado voluntário durante a Guerra de Independência de Israel. Servi na 12ª Brigada, no 7º Regimento".
O israelense olhou para Blaustein com interesse redobrado. "Sei que foi há muito tempo, mas por acaso você esteve na 2ª Companhia?"
"Estive, sim", disse Blaustein.
Uma variedade de emoções, que Eric não conseguia decifrar, passaram pelo rosto do israelense: "Você estava no 3º Pelotão? Por acaso, era 2º tenente?"
Blaustein confirmou, surpreso e sem entender como o homem sabia aquilo tudo.
"Sua unidade só tinha um tenente?", continuou o israelense.
"Mas como você sabe isto?", perguntou Blaustein, cada vez mais estarrecido.
"Porque estou à sua procura há 52 anos", gritou o israelense, agarrando a mão de Eric e apertando-a com vigor. "Você se lembra dos Comandos franceses? Você salvou a minha vida!"
Haviam-se passado 52 anos, mas a memória continuava tão viva como se fosse ontem. Em um flashback, Eric reviveu tudo: o Neguev, a unidade de frente israelense formada de voluntários franceses sob fogo egípcio, a falta de munições... seu próprio pelotão sendo chamado para salvar os soldados capturados na linha de fogo. E então apareceu aquele soldado ferido e ele o carregara nas costas... Após tomar as providências para que fosse medicado, Eric teve de ir embora, ignorando o nome e destino do homem. Mas ele não foi facilmente esquecido pela vítima, que gravou em sua memória as insígnias do 2º tenente.
Havia esperado, a vida toda para encontrar o homem que salvara sua vida: "Pensar que eu teria que vir até Pittsburgh para reencontrá-lo!"Eric, incrédulo, respondeu: "E eu nem devia estar aqui, esta noite, pois todo Rosh Hashaná, minha esposa e eu vamos para Chicago visitar nossa filha, cujo marido é rabino e, naturalmente, nesta época não pode deixar sua congregação. É praticamente uma tradição - nós o fazemos todos os anos".Mas este ano, incompreensivelmente, ele e a esposa haviam subitamente decidido passar as Grandes Festas em casa.
Os dois homens se sentiam tocados por um milagre. O israelense estava empolgado em poder finalmente agradecer a seu benfeitor e, Blaustein, emocionado por encontrar o homem que milagrosamente salvara, há tantos anos, e ainda mais, em conhecer seu filho e netos. Três gerações encontravam-se postadas à sua frente, testemunhando o impacto de um único ato, 52 anos atrás.
Era uma forma maravilhosa de começar o Ano Novo!
Fonte: Halberstam, Yitta e Leventhal, Judith,Small Miracles for the Jewish Heart(Morashá)